segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Homem no Espelho


Ola pessoal, estou aqui revivendo esse blog mais uma vez. Por que ando sumido? Preguiça, mudanças radicais na minha vida e um puta bloqueio de escritor. Apesar de um enorme baque nesse tempo em que não escrevi, em geral as coisas estão melhorando, mas isso não significa que não tenho sobre o que escrever. Não só tenho questões pessoais, mas também opiniões e ideias para compartilhar e é por isso que esse blog ainda não acabou e trago hoje mais um post para vocês.



Nas ruas eu passo por muitas faces e corpos, por muitas cores e tons, muitas vozes e sons, todas tão diferentes e exóticas nessa cacofonia plural dos nossos tempos. Mas vagando entre elas me pergunto: “Qual o meu lugar nessa multidão?”, “Quem sou eu, Tabris, nesse mundo louco?”. A resposta? Eu não sei, mas nesse texto eu vou tentar, e inevitavelmente falhando, chegar a essa resposta.
No espelho me vêm a imagem de um homem alto, branco, de óculos, cabelo em um corte conservador e camisa estampada com um desenho qualquer. Alguns diriam que um nerd, mas com um único piercing metálico sob o lábio rompendo com o estereótipo. Esse homem no espelho é realmente eu? Esse homem no espelho é como eu quero que o mundo inteiro me veja? Muitas vezes já disse para todo mundo ouvir que não, mas em outras pareci sentir que sim.
Eu já quis muito mudar. Por muito tempo, principalmente enquanto adolescente, eu sentia uma enorme amargura por não mudar. Mas seja por timidez, por medo, insegurança ou por um prenuncio da depressão que mais tarde me tomaria por completo; eu nunca mudei e pulei a fase de experimentação e aventura que a maioria das pessoas teve durante a adolescência. Acho que no fundo isso ainda me faz muita falta e figura alto na minha lista de assuntos não resolvidos.
Quando era adolescente não passei por tantas “tribos” como a maioria, primeiro fui um otaku (ai... queria poder esquecer disso...), depois uma straight edge e comunista e finalmente fui um headbanger. Não que meus pais soubessem muito sobre o que estava se passando; eu escondia, isolava, retraia; tudo pelo medo da reação deles e do mundo a minha volta. Uma das fases mais significativas e influentes foi a straight edge.
É, eu sei que boa parte de vocês nunca ouviram falar disso, talvez a escolha tenha vindo de um desejo forte dentro de mim de ser diferente até entre os diferentes. Basicamente o straight edge é um punk hardcore que não bebe, não fuma e não se droga; ou pelo menos para descrever o que eu era na época é o que basta dizer. Eu queria muito ter toda àquela estética que se espera de um straight edge (ou sxe) e como ainda era comunista ODIAVA qualquer coisa “de marca”. Era importantíssimo para mim a quebra com os valores pré-concebidos, inclusive a nível de aparência.
Resumindo eu odiava o que eu era, tudo que eu carregava e tudo que me identificava, mas a verdade é q nunca mudei.  Só em um momento inesquecível eu mostrei uma pífia iniciativa de mudança. Lembro bem de olhar para minha mochila. Tão branca, limpa, padronizada e igual a dos riquinhos da classe... Eu tinha raiva, raiva mesmo, daquele mero objeto utilitário de carregar nas costas e foi meio pela raiva e meio pelo desejo de autoafirmação que peguei uma caneta e marquei ali frases e símbolos sxe, pequenos e simples, em uma área mínima, mas central. Fiz isso e voltei a prestar atenção nas aulas e outros assuntos, como se aquilo tivesse solucionado tudo.
Quando cheguei em casa minha mãe logo viu as marcas. Correndo pela casa para pegar o álcool e tirar aquelas “pichações que alguém tinha feito na minha mochila”. Ela indagou: “sxe? Deve ser alguma gangue.” e apagou dali aquilo que antes eu tinha deixado. Eu nada disse, parado ali impassível e silencioso como um tumulo, como que tomado pela velocidade em que os fatos aconteciam. Minha mochila continuou limpa e branca pelo resto de seu tempo de uso e minha mãe nunca soube o que era sxe ou que tinha sido eu mesmo que havia “pichado” a mochila (Talvez agora ela descubra né? Vai que ela lê isso). É bobo? Sim. Mas é uma daqueles momentos bestas que são carregados de um grande significado quando vc aprende a olhar e mesmo depois do passar dos anos ainda é uma ferida aberta que nunca consegui esquecer.
Feridas abertas como essas eu tenho muitas, mas a verdade é q eu não tenho mais aquela imagem bem definida e idealizada do que quero expor para o mundo. A questão não é  a vontade e a iniciativa mas a falta de uma definição e a dificuldade de me encontrar, é muito mais fácil quando vc tem um molde para seguir. Para piorar, mesmo que sinta um certo desconforto com o que sou atualmente, eu não sei se simplesmente encontrei o jeito certo ou se simplesmente desisti de tentar e que se desisti de tentar foi por que vivi tanto tempo com uma visão errada de mim mesmo que esqueci qual é a visão certa.
Seja qual for a resposta eu sei de uma coisa. Eu me desvencilhei das amarras que me prendiam e me impediam de alcançar meu potencial, eu conquisto a cada dia cada vez mais do que tinha deixado para trás e estou motivado para a mudança como nunca na vida. Se existe um momento para experimenta e para me encontrar como pessoa, esse momento é agora através da perseverança e do apoio dos meus amigos. Uma época de grande mudança está por vir e espero vir com cada vez mais novidades nesse blog.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ouro de Tolo

É... já faz bastante tempo que não posto aqui. As vezes penso que é por preguiça, outras que preciso estar pateticamente triste para escrever assim, mas então me lembro que esse ano que passou não foi nada fácil.

A verdade é que evolui. Evolui ao ponto que aquele Eu de um ano atrás me parece fraco, ridículo, patético. Mas minha jornada também não foi sem obstáculos. Foi difícil, foi cansativa, foi batalhada a cada passo da estrada.

Mas não, eu não cheguei lá, eu não venci, não ainda. Talvez nem mesmo exista vitória, já que por mais que um mortal como eu achá-la, a perfeição é sempre uma estrela distante, brilhando no eterno horizonte dos sonhos. Sempre a nossa vista, mas impossível de ser realmente alcançada.

Eu ainda me arrependo e me culpo por “não ter vivido” e de fato é estranho estar no meio de certos amigos, tão mais vividos e cheios de experiência do que eu, contando suas muitas histórias de vida. São contos de fada fantásticos para alguém como eu. É estranho contar para quem perdeu a virgindade aos 12, que eu perdi aos 22. Ou dizer que em toda a minha vida só beijei 4 ou 5 bocas para quem já beijou o dobro em um dia. Suas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, não me passam indiferentes, mas são sons distantes, ecos de vozes que eu jamais ouvi.

Surpreendeu-me que um deles disse que me invejava. Que daria tudo para ser o nerd filhinho da mamãe que tanto tento evitar. Eu não consigo entender o por que. Será medo? Será que ele já faz tudo que podia e queria? Será que nós, seres humanos, em nossa infinita ignorância, nunca nos contentamos com o que somos e buscamos eternamente ser o que não somos?

Ah! Os humanos... Sempre tornando difícil o que na verdade é tão fácil. Maldito a maçã da árvore proibida aos cristãos, que nos da o que temos de melhor, o que mais nos define como humanos, mas nos priva de sermos felizes com o que somos, eternamente gananciosos por tudo aquilo que não temos.

Esse texto pega emprestado o título de uma musica de Raul Seixas, do qual sou grande fã. O termo de certa forma expressa o que eu digo. Minhas conquistas até agora não foram o que eu realmente buscava, o amarelo brilhante era Ouro de Tolo. Minha esperança é adentrar mais fundo na mina escura. Desejando que o brilho poderoso no fim do túnel seja o ouro verdadeiro que eu tanto busco que de fato exista. Não seja mito espalhado por falsários.

É assim que me despeço. Afinal, “Tenho uma porção de coisas grandes para conquistar e não posso ficar ai parado”.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Abre teus olhos e desperta

Quando se nota a necessidade de se reinventar como eu tenho sentido olhamos um pouco para trás, revisitando coisas que esquecemos ou necligenciamos, relembrando e reaprendendo por que gostavamos delas e se perguntando mais uma vez por que as abadonamos. Dessa vez entretanto os olhos são outros, mais maduros, mais abertos. Despertos.

Se eu já pensei em mim de uma forma mais negativa, agora eu posso ver meu lado bom.
Se eu já tive medo de cantar e falar em publico, agora eu fico feliz em faze-lo.
Se já temi minha familia e o que pensam de mim, agora eu sei que eles podem ser o meu sustentaculo quando mais preciso.
Se já achei que não sabia amar, agora posso reaprender pouco a pouco.
Se já fui uma casca, fazia de conteudo agora posso me preencher novamente e acordar para a verdade.

"Abre teus olhos e desperta."

Eu despertei, da forma mais miseravelmente batida e cliche possivel. Eu despertei para reparar quão pouco eu tinha construido em minha vida para mim. Eu sei que perdi muito tempo. Mas nunca é tarde para voltar a construir. Mesmo que algumas torres inevitalmente sejam atingidas pelo relampago.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sagrado e profano

Algumas pessoas acham q eu sou desatendo. Na verdade eu sou atento até demais. Prendo minha atenção numa coisa e esqueço o resto do mundo em volta.

Eu lembro que a cerca de um ano atrás eu tinha ido a um evento de metal como eu ia bastante antigamente, o lugar onde o show acontecia era um campo de futebol de salão para o show principal e um espaço separado que provavelmente tinha sido uma casa, ou pelo menos tinha sido construído para algum outro propósito, na frente dessa “casa” havia uma escada que dava para uma pequena varanda, aberta nos na lateral.

Enquanto eu entrava no lugar eu reparei que no lado da varanda que era aberto, sentadas no parapeito estavam duas garotas abraçadas, não era uma braço de amiga, era um abraço intimo, não sexual, mas de entrega. Logo depois elas se beijaram, mas não era também um beijo de puro desejo físico regado de libido. Era, ao menos para mim, estranhamente puro e a palavra sagrado não saia da minha cabeça.

Não entrava mais na minha cabeça que aquilo poderia ser errado, profano e feio. Eram lésbicas? Sim. Mas quando penso na definição de amor eu não consigo deixar de pensar, entre outras coisas, nessa cena especifica em que havia absoluta entrega, mas nenhum desejo de posse, nem um desejo de ter.

A partir daquele momento eu comecei a reescrever todas as minhas noções de puro, de certo e sagrado. O que era sagrado afinal? Por que aquela cena que eu em minha curiosidade “roubei” de alguém, com certeza devia ser, ou nada mais seria.

Foi também nesse momento que minha visão sobre homossexuais mudou. Eu entendi que não devia ter pena deles por não se acomodarem ao mainstream, não devia vê-los como vitimas que “infelizmente” não gostam do que a sociedade impõe. Eles (e elas principalmente, aquelas duas anônimas ali.) eram pessoas exatamente iguais a mim, e seu amor não era “falta de opção” por alguma alteração, falha ou doença. Seu amor era tão real quanto qualquer outro, tão sagrado quanto tantos outros mais.

domingo, 26 de abril de 2009

Adendo: Dever de Casa

Tabris, etimologicamente falando:

Mais corretamente Tabbris, anjos do livre arbítrio e da liberdade, o nome tem origem hebraica. Conforme o Nuctemeron de Apolônio de Tiana, Tabris é o gênio da sexta hora.

Se você procurar no google quase tudo que você vai achar vai ser referente a um anime de vanguarda japonês chamado Evangelion onde Tabris é um dos "anjos" que aparecem na trama. Fora isso você realmente não vai achar muita coisa.

Let me introduce myself...

Ola. Meu nome é Tabris. Não, não é o nome de batismo, nem nenhum nome que eu peguei pq o numerólogo disse. É só meu "nome de guerra", caiu no meu colo e ficou pq gostei e serve a seu proposito.

Então estou eu aqui, são 4:30 da manhã e eu resolvi escrever para quem quizer ouvir, acho que deveria me apresentar. Quem sou eu? Sou um jovem de 21 anos, da cidade Duque de Caxias, RJ, Baixada Fluminense. Curso psicologia numa faculdade particular na Tijuca, bem longe daqui (Sim, eu não consegui passar no vestibular). Fora isso eu não tenho mais nada para fazer além de passar o dia (e a noite principalmente) na frente do PC e escrever bobagens nesse blog. Do que eu gosto? Nem eu sei direito. Gosto de ler (mas não pego em um livro a um tempo), gosto de escrever (Mas esse blog é a unica coisa que escrevo a meses), gosto de musica (mas não sei tocar nenhum instrumento), gosto de filmes (Mas tem um bando deles que baixei e ainda não vi), também gosto de um monte de coisas de nerd como histórias em quadrinhos, RPG, jogos de computador e tudo mais, mas disso vcs não vão ouvir muito aqui (Não, você não vai precisar ter lido O Espetacular Homem-Aranha Nº 248 para ler esse blog).

Eu sou alto, sou magro, sou branquelo (por falta de sol mesmo, não é nenhum sangue nórdico), pré-diabético, não sei dançar, não bebo, não fumo, não uso drogas, nunca fiz sexo (resumindo não me divirto muito) e não tenho time de futebol e no momento nenhum assunto realmente interessante para por nesse blog.

O que eu estou fazendo aqui criando um blog as 4:30 da manhã de um sábado? Nem eu mesmo sei direito. Vai ver falta lugar para alguem comentar oq escrevo, ou falta gente para ouvir oq eu falo, até mesmo falta dinheiro para pagar o psicologo. Mas no fim das contas acho que é um misto dos três, acho que é meio como uma forma de que pelo menos uma ou duas pessoas me tenham em palta por algum momento, uma forma de deixar por um segundo de ser alguem na multidão, pelo menos por um tempo. As coisas não tem ido muito bem por aqui e n tem muita gente para desabafar, mas isso ficar para outro post.

Bom... esse post não tem absolutamente nenhum sentido ou conteudo e eu deveria me envergonhar por posta-lo. Mas ainda vai, melhor que nada, pelo menos comecei a porra do blog que já tava atrasando a uns meses. Todos abordo? Apertem os cintos, pq com certeza vai ser uma viagem bem maluca.