segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ouro de Tolo

É... já faz bastante tempo que não posto aqui. As vezes penso que é por preguiça, outras que preciso estar pateticamente triste para escrever assim, mas então me lembro que esse ano que passou não foi nada fácil.

A verdade é que evolui. Evolui ao ponto que aquele Eu de um ano atrás me parece fraco, ridículo, patético. Mas minha jornada também não foi sem obstáculos. Foi difícil, foi cansativa, foi batalhada a cada passo da estrada.

Mas não, eu não cheguei lá, eu não venci, não ainda. Talvez nem mesmo exista vitória, já que por mais que um mortal como eu achá-la, a perfeição é sempre uma estrela distante, brilhando no eterno horizonte dos sonhos. Sempre a nossa vista, mas impossível de ser realmente alcançada.

Eu ainda me arrependo e me culpo por “não ter vivido” e de fato é estranho estar no meio de certos amigos, tão mais vividos e cheios de experiência do que eu, contando suas muitas histórias de vida. São contos de fada fantásticos para alguém como eu. É estranho contar para quem perdeu a virgindade aos 12, que eu perdi aos 22. Ou dizer que em toda a minha vida só beijei 4 ou 5 bocas para quem já beijou o dobro em um dia. Suas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, não me passam indiferentes, mas são sons distantes, ecos de vozes que eu jamais ouvi.

Surpreendeu-me que um deles disse que me invejava. Que daria tudo para ser o nerd filhinho da mamãe que tanto tento evitar. Eu não consigo entender o por que. Será medo? Será que ele já faz tudo que podia e queria? Será que nós, seres humanos, em nossa infinita ignorância, nunca nos contentamos com o que somos e buscamos eternamente ser o que não somos?

Ah! Os humanos... Sempre tornando difícil o que na verdade é tão fácil. Maldito a maçã da árvore proibida aos cristãos, que nos da o que temos de melhor, o que mais nos define como humanos, mas nos priva de sermos felizes com o que somos, eternamente gananciosos por tudo aquilo que não temos.

Esse texto pega emprestado o título de uma musica de Raul Seixas, do qual sou grande fã. O termo de certa forma expressa o que eu digo. Minhas conquistas até agora não foram o que eu realmente buscava, o amarelo brilhante era Ouro de Tolo. Minha esperança é adentrar mais fundo na mina escura. Desejando que o brilho poderoso no fim do túnel seja o ouro verdadeiro que eu tanto busco que de fato exista. Não seja mito espalhado por falsários.

É assim que me despeço. Afinal, “Tenho uma porção de coisas grandes para conquistar e não posso ficar ai parado”.

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