quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sagrado e profano

Algumas pessoas acham q eu sou desatendo. Na verdade eu sou atento até demais. Prendo minha atenção numa coisa e esqueço o resto do mundo em volta.

Eu lembro que a cerca de um ano atrás eu tinha ido a um evento de metal como eu ia bastante antigamente, o lugar onde o show acontecia era um campo de futebol de salão para o show principal e um espaço separado que provavelmente tinha sido uma casa, ou pelo menos tinha sido construído para algum outro propósito, na frente dessa “casa” havia uma escada que dava para uma pequena varanda, aberta nos na lateral.

Enquanto eu entrava no lugar eu reparei que no lado da varanda que era aberto, sentadas no parapeito estavam duas garotas abraçadas, não era uma braço de amiga, era um abraço intimo, não sexual, mas de entrega. Logo depois elas se beijaram, mas não era também um beijo de puro desejo físico regado de libido. Era, ao menos para mim, estranhamente puro e a palavra sagrado não saia da minha cabeça.

Não entrava mais na minha cabeça que aquilo poderia ser errado, profano e feio. Eram lésbicas? Sim. Mas quando penso na definição de amor eu não consigo deixar de pensar, entre outras coisas, nessa cena especifica em que havia absoluta entrega, mas nenhum desejo de posse, nem um desejo de ter.

A partir daquele momento eu comecei a reescrever todas as minhas noções de puro, de certo e sagrado. O que era sagrado afinal? Por que aquela cena que eu em minha curiosidade “roubei” de alguém, com certeza devia ser, ou nada mais seria.

Foi também nesse momento que minha visão sobre homossexuais mudou. Eu entendi que não devia ter pena deles por não se acomodarem ao mainstream, não devia vê-los como vitimas que “infelizmente” não gostam do que a sociedade impõe. Eles (e elas principalmente, aquelas duas anônimas ali.) eram pessoas exatamente iguais a mim, e seu amor não era “falta de opção” por alguma alteração, falha ou doença. Seu amor era tão real quanto qualquer outro, tão sagrado quanto tantos outros mais.

3 comentários:

  1. Sabe, eu gostei do post. Acho interessante as coisas que você escreve. ý Beijo (K)

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  2. Não entendo porque muita gente acha isso errado. Só porque é entre duas pessoas do mesmo sexo não pode ser amor?
    Absurdo...

    Beijo!

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